O lábio leporino, também conhecido como fenda lábio-palatina, é uma malformação congénita que se caracteriza por uma abertura ou fenda anormal no lábio superior e/ou no palato (o céu da boca). Esta condição ocorre durante o desenvolvimento fetal e é uma das malformações congénitas mais frequentes, afetando aproximadamente 1 em cada 700 nascimentos, tanto em Portugal como a nível global. A condição pode manifestar-se de forma unilateral ou bilateral, variando em gravidade e extensão.
As causas do lábio leporino podem ser multifatoriais, envolvendo tanto fatores genéticos como ambientais. Durante o 2.º e o 3.º meses de gestação, ocorre a fusão dos tecidos que formarão o lábio e o palato. Quando esse processo é interrompido por fatores como predisposição genética, deficiências nutricionais, exposição a substâncias tóxicas ou infeções durante a gravidez, pode resultar na formação da fenda. Embora não seja diretamente hereditária, há casos em que um histórico familiar aumenta a probabilidade do problema ocorrer.
A detecção do lábio leporino (fenda lábio palatina) é frequentemente feita através de exames de ecografia durante a gravidez, geralmente a partir do segundo trimestre. Após o nascimento, a condição é evidente devido à presença da fenda no lábio ou no palato. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames adicionais para avaliar a extensão da condição, incluindo exames de imagem e avaliação auditiva, dado que problemas de audição são comuns em crianças com fenda palatina.
O lábio leporino pode ter um impacto significativo na vida das crianças e das suas famílias, muito além das questões físicas. O estigma social associado à aparência física pode afetar a autoestima e o bem-estar emocional das crianças. É fundamental que as famílias tenham acesso a suporte psicológico para lidar com os desafios emocionais e sociais, garantindo um desenvolvimento saudável e confiante para a criança.
A abordagem principal para tratar o lábio leporino (fenda lábio palatina) é cirúrgica, realizada em diferentes fases da vida da criança para corrigir tanto a função como a estética.
A primeira intervenção ocorre geralmente aos 2-3 meses de vida, com o objetivo de corrigir o lábio e melhorar a simetria do nariz. Esta cirurgia, chamada queiloplastia, também envolve a rinoplastia inicial para ajustar o formato das narinas.
Entre os 9 e 12 meses, realiza-se a palatoplastia, que corrige a abertura no palato. Este procedimento é essencial para restaurar a função do palato, permitindo uma alimentação normal e prevenindo infecções recorrentes nos ouvidos.
Na adolescência ou na fase adulta, podem ser necessárias cirurgias adicionais para melhorar os resultados estéticos ou corrigir problemas funcionais remanescentes. Pode ser necessário igualmente outros procedimentos para correção do nariz e da gengiva.
Os cuidados pós-operatórios são cruciais para garantir uma boa cicatrização e resultados satisfatórios. Estes incluem:
– Gestão da Dor: Uso de analgésicos prescritos pelo médico.
– Alimentação Adequada: Durante a recuperação, a dieta deve ser composta por alimentos macios ou líquidos para evitar pressão sobre a área operada.
– Higiene Bucal: Limpeza cuidadosa para prevenir infeçções. Beber sempre água após refeições
– Acompanhamento Regular: Visitas periódicas ao cirurgião para monitorizar a cicatrização e ajustar o plano de tratamento, se necessário.
O tratamento da fenda lábio-palatina exige a colaboração de uma equipa multidisciplinar composta por:
– Cirurgião Plástico: Responsável pelas cirurgias corretivas.
– Terapeuta da Fala: Ajuda a superar dificuldades na articulação de palavras.
– Ortodontista: Corrige problemas dentários.
– Otorrinolaringologista: Trata problemas auditivos.
– Psicólogo: Apoia a criança e a família nos aspetos emocionais.
As crianças com fenda lábio-palatina podem enfrentar vários desafios, incluindo:
– Dificuldades Alimentares: Especialmente nos primeiros meses de vida, pode ser necessário o uso de biberões especiais.
– Problemas de linguagem: A abertura no palato pode afetar a forma como os sons são produzidos.
– Otites Repetitivas: Devido à conexão entre o palato e o ouvido médio.
– Problemas Dentários: Incluindo dentes desalinhados ou ausentes.
Os avanços na medicina têm melhorado significativamente o prognóstico das crianças com lábio leporino. Algumas inovações incluem:
– Melhoria das técnicas cirúrgicas: as técnicas mais recentes e com a experiência do cirurgião permite melhores resultados.
– Técnicas Minimamente Invasivas: Reduzem o tempo de recuperação e melhoram a qualidade das cicatrizes.
– Impressão 3D: Permite criar moldes personalizados para planeamento cirúrgico.
– Terapias Genéticas: Em estudo, com potencial para corrigir defeitos genéticos antes do nascimento.
Graças aos avanços na área médica e ao trabalho de equipas multidisciplinares, é possível oferecer às crianças com lábio leporino uma vida plena e saudável. A consciencialização e o suporte social também têm um papel vital na inclusão destas crianças na sociedade, permitindo-lhes crescer sem barreiras ou preconceitos. Saiba mais aqui e poderá encontrar a resposta às suas dúvidas e encontrar a sua melhor solução recorrendo á Bivar clinic onde encontrará o Dr. Eduardo Matos, especialista em cirurgia de fendas lábio palatinas.
O sucesso no tratamento do lábio leporino não depende apenas de avanços médicos e intervenções cirúrgicas; o envolvimento da comunidade desempenha um papel crucial na criação de um ambiente acolhedor e compreensivo. Organizações e associações dedicadas a esta causa, tanto em Portugal como no mundo, têm contribuído para:
– Educação da Sociedade: Campanhas informativas ajudam a reduzir o estigma social e a promover a aceitação.
– Apoio às Famílias: Programas de suporte emocional e financeiro ajudam as famílias a lidar com os desafios associados ao tratamento.
– Acesso a Cuidados de Saúde: Parcerias com instituições médicas garantem que todas as crianças tenham acesso ao tratamento necessário, independentemente da sua condição económica.
Além disso, iniciativas escolares podem ajudar a integrar crianças com lábio leporino, promovendo a inclusão e o respeito desde cedo.
O tratamento do lábio leporino é um processo contínuo que se estende por várias fases da vida, desde o diagnóstico pré-natal até à idade adulta. Um planeamento adequado inclui:
– Monitorização do Desenvolvimento: Acompanhamento regular para avaliar progressos na fala, audição e crescimento facial.
– Cirurgias Adicionais, se Necessário: Refinamentos estéticos ou funcionais para garantir resultados ótimos.
– Preparação Psicológica: Durante a adolescência, é essencial abordar questões de autoestima e identidade pessoal.
Com um planeamento bem estruturado e o suporte certo, estas crianças têm uma excelente oportunidade de alcançar todo o seu potencial, vivendo vidas normais e realizadas.
Esta cirurgia necessita de anestesia geral sendo realizada habitualmente após as 10 semanas de vida.
O tratamento cirúrgico pode englobar várias cirurgias consoante a complexidade. Na maioria dos casos de fenda labial é apenas necessário uma cirurgia. Em fendas completas a média serão 5 cirurgias ao longo da vida.
habitualmente envolve internamento de 1 noite no caso da maioria das cirurgias e no caso de cirurgia do palato de 2-3 noites.
As fendas lábio-palatinas são malformações craniofaciais que se desenvolvem durante o período fetal, sendo a deformidade congênita mais comum em todo o mundo. Essa condição é frequentemente conhecida como lábio leporino e é causada por uma fusão incompleta das estruturas do lábio e/ou do palato. Essas fissuras podem afetar a aparência facial e, em alguns casos, podem causar dificuldades alimentares e problemas de fala.
Todos os casos são diferentes e especiais e podem ter uma extensão variável. Cada caso é único e pode apresentar extensões variadas. Algumas fendas podem afetar apenas o lábio, enquanto outras podem envolver somente o palato. Em casos mais severos, a fenda pode se estender desde o lábio até a região do palato. Além disso, fendas podem ser unilaterais, atingindo um dos lados do rosto, ou bilaterais, afetando ambos os lados do lábio e do palato. A variável na severidade e na localização das fendas determina a abordagem terapêutica e cirúrgica necessária para cada paciente.
O tratamento é conduzido no seio de uma equipa multidisciplinar que no nosso caso engloba a cirurgia plástica, pediatra, terapia da fala, estomatologia, otorrinolaringologia e psicologia. Após o nascimento poderá ser necessário apoio da equipa multidisciplinar para optimizar a alimentação. Logo após o nascimento, nas primeiras semanas é realizada a referenciação e avaliação por mim e define-se o plano de tratamento.
O nascimento de um bebê com fenda labio-palatina requer um plano de tratamento cuidadosamente elaborado, conduzido por uma equipe multidisciplinar de profissionais especializados. Após o nascimento, pode ser necessário o apoio da equipa para otimizar a alimentação do recém-nascido, uma vez que a amamentação pode ser desafiadora nesses casos e em muitos casos será mesmo impossível.
Nas primeiras semanas após o nascimento, eu realizarei a avaliação do bebé para definir um plano cirúrgico. Habitualmente, o tratamento cirúrgico inicia-se com a queiloplastia — a reconstrução do lábio — idealmente entre 3 a 6 meses de idade. Em seguida, entre 9 e 12 meses, é realizada a cirurgia para a reconstrução do palato. Com o tratamento adequado e o acompanhamento apropriado, as crianças com fendas lábio-palatinas podem ter uma qualidade de vida excelente.
Muitas vezes o diagnóstico ocorre durante a gravidez na realização da ecografia morfológica. Quando acontece existe habitualmente um contacto prévio e uma consulta pré-natal para tentar aferir a situação e planear quais as necessidades após o nascimento. Esta consulta que faço pretende em grande parte dar o máximo de informação para reduzir a ansiedade provocada pela surpresa e, habitualmente, premite uma maior tranquilidade durante a restante gravidez.
Pode verificar no nosso blog e nas nossas redes sociais ou mesmo em artigos de imprensa escritos por mim. Mas o ideal se precisar será entrar em contacto connosco.